Creio que todo assunto pode ser
discuto. Afinal, o homem não é um animal político, que dialoga e
tem raciocínio para trabalhar, resolver problemas e se questionar?
A religião, desta maneira, não fica imune a discussão.
O brasileiro tem o hábito de falar dos
mais diversos assuntos: futebol, telenovelas, política, violência,
reality shows, música, etc. Quinta feira sabe-se que grande parte
dos brasileiros já estão com os argumentos na ponta da língua para
comentarem o jogo de quarta-feira, porém, quando o assunto é religião
sempre há um pé atrás.
As religiões, em sua maioria, dão um
propósito para a vida, uma razão de ser para o homem e para o
universo, coisa que não encontramos nas ciências naturais, onde o
homem e o universo não tem um propósito em si, mas são frutos de
processos naturais sem planejamento nem ordem alguma. Enfim, como foi
dito, a religião da uma razão para a existência: o homem foi
criado para glorificar/adorar a Deus; o homem foi criado para ser
eterno transcendentalmente; o homem foi criado com o intuito de
evoluir espiritualmente; etc. Onde quero chegar com tudo isso? Ora,
se discutimos assuntos cotidianos, como os citados acima, por que não
discutir religião que trata do propósito da vida? Por que esse
receio?
Acredito que não toca-se neste assunto
porque existe um certo medo de mudar de opinião, como se isso fosse
errado, como se isso não fosse a vontade do deus que a pessoa segue,
e que se o fizer terá cometido uma heresia e estará sujeito a
punição divina. Há uma barreira que os dogmas criam, e quebrá-la
seria abrir mão de “verdades” e doutrinas que são agradáveis e
convenientes para essas pessoas.
Cada religião apresenta-se como
portadora da verdade, provedora do conhecimento necessário para
salvação e bem estar espiritual do homem, e claro que, com isso,
uma religião anula a outra. Por exemplo: um cristão acredita que o
muçulmano, o hindu e o budista vão para o inferno se não crerem
que Cristo morreu pelos seus pecados e ressuscitou ao terceiro dia e
que a Bíblia é a única e inefável palavra de Deus. Ou seja, se
não crerem não serão salvos, nem obterão êxito na sua vida
espiritual. Possivelmente, os outros três citados acreditam que
algo semelhante ocorrerá ao cristão se ele não se converter ao
budismo, ao islamismo ou o hinduísmo. Nota-se neste exemplo que a religião de um é certa e a dos outros é errada, ou
vice-versa, e em ambas as partes haverá uma resistência para mudar suas
crenças. Mas perdura a dúvida: Por que não discutir?
Ora, por mais racional que uma religião
tente ser, há um momento, em todas elas, que é necessário crer no
impossível, no intangível, no que parece inconcebível na realidade
que conhecemos. Alguns exemplos disso que acredito existir na Bíblia
são: Jonas e o peixe; Balaão e a mula falante; Jacó e o anjo; Arca
de Noé, entre outros. Viajem astrais, revelações, arrebatamentos,
dimensões paralelas também estão presentes nas demais religiões.
Estes exemplos são coisas que parecem improváveis na nossa
realidade, eu diria sem cabimento, mas que as pessoas acreditam que
realmente sejam possíveis e que ocorreram. Sendo assim, se cada
religião depende dessa fé no impossível, por que não discutir a
razão que levou a crer em tal coisa e não em outra e os motivos que
levaram a uma ou a outra conclusão já que ambas dependem dessa fé
no intangível, no improvável?
Enfatizo ainda que deve-se discutir
ainda mais as religiões que são baseadas em livros e ideias
semelhantes, como o protestantismo, o catolicismo e o espiritismo que
aceitam integralmente ( protestante e católica) ou parcialmente(
espiritismo) as Sagradas Escrituras. Por que há divergências nas
doutrinas? Por que há trechos que são ou não aceitos? O que há de
semelhante entre elas?
Deve-se gerar dúvidas, instigações
em busca de respostas,e já que cada religião apresenta sua
resposta para o propósito do homem e do universo, cada uma delas
deve responder a essas dúvidas. Como se pode tentar responder?
Discutindo.
Por hora é isso, até mais e ESPEREM PELO PIOR!
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Aqui tem um vídeo do Clarion muito interessante sobre o assunto:
Aqui uma palestra de Rick Warren, pastor e autor do livro "Uma vida com propósitos", onde ele defende que deve-se procurar o sentido da vida naquele que a criou: Deus. O livro é bem interessante também.
E esse é pra cota de humor do blog: